Afastado por ordem judicial, o vereador Chico 2000 (PL) negou qualquer prática ilícita e que não teme as investigações sobre um suposto esquema de propina que teria participado para deliberar sobre as obras do Contorno Leste, em Cuiabá.
Ele e o também vereador Sargento Joelson (PSB) foram alvos da Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (29).
“Eu só temo a Deus e a mais ninguém. Vou repetir: quem não deve não teme”, declarou Chico.
À imprensa, o vereador afirmou que não possui uma relação de proximidade com Sargento Joelson e que sequer recebeu do colega voto para que mantivesse na presidência da Câmara Municipal.
Ele também negou que tenha interferido no Executivo. É que as investigações apuram se Chico e Joelson teriam cobrado propina da construtora responsável pela obra para aprovarem matéria no Legislativo e pressionar o Município a fazer os pagamentos devidos à empresa, na gestão de Emanuel Pinheiro.
Chico também classificou como “desproporcional” a decisão que o afastou do cargo e ainda impôs outras medidas cautelares, como proibição de frequentar a Câmara.
“Se tiverem acesso à decisão que culminou nesse afastamento verão que é desproporcional. No entanto, eu quero deixar claro que decisão judicial a gente discute no Judiciário, até que essa discussão seja feita, temos que cumpri-la e eu vou cumprir com todo o respeito”, disse.
Com o afastamento, suplentes devem ser convocados para assumirem as cadeiras.
A operação
A operação cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes dos vereadores, por ordem da juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) de Cuiabá.
A magistrada ainda determinou a busca nos sistemas e câmeras de monitoramento da própria Câmara Municipal, onde o crime teria ocorrido.
As investigações apuram a suposta cobrança de propina por parte dos vereadores, a um funcionário da empresa responsável pela execução das obras do Contorno Leste, para a aprovação de matéria legislativa que possibilitou o recebimento de pagamentos devidos pelo município à referida empresa no ano de 2023.
Uma parte dos valores foi depositada em conta indicada por um dos vereadores, e há indícios de que a outra parte tenha sido paga em espécie ao parlamentar, no interior de seu gabinete na Câmara, onde as negociações teriam ocorrido.